As neoplasias ao nível da glândula mamária são o terceiro tipo de tumor mais comum nos gatos.
Felizmente, a sua incidência no gato, em comparação ao ser humano e ao cão, é cerca de menos de metade.
Embora seja mais frequente em fêmeas, também existem tumores mamários em gatos, mas em muito menor escala. Por outro lado, embora afecte menos as gatas do que as cadelas, ao contrário destas, pelo menos 85% destes tumores são malignos.
Existem algumas evidências que sugerem que, em certas raças, pode haver alguma predisposição para o aparecimento deste tipo de tumor: as Siamesas parecem ter uma maior incidência, podendo ter um agravamento no risco de cerca de 50%.

A maioria dos tumores são detectados em animais com idades compreendidas entre os 10-12 anos, sendo que, nos Siameses, poderá surgir mais cedo (média 9 anos).
A Ovariohisterectomia (esterilização) precoce confere uma protecção e diminuição da incidência de tumores mamários. Por outro lado, a obesidade e a utilização de contraceptivos aumentam a incidência deste tipo de neoplasia.
Sabemos também que uma percentagem elevada de tumores malignos não possuem necessariamente comportamento agressivo, isto é, não invadem outros tecidos nem se disseminam à distância (metástases): Um diagnóstico histopatológico (biópsia) de neoplasia maligna não significa necessariamente um comportamento maligno da doença, sendo sempre recomendado este exame de forma a poder determinar a agressividade e proliferação do tumor.
Sabemos que existem algumas características que nos ajudam a estabelecer um prognóstico mais correcto:
- o tamanho do tumor mamário: tumores de diâmetro superior a 3 cm possuem muito pior prognóstico. É importante remover qualquer nódulo mamário atempadamente e refutar a ideia de que nódulos mamários existentes há vários anos “devem ser benignos e não precisam de ser removidos”.
- existência de metástases: sugere um carácter mais agressivo, com proliferação rápida e activa. É sempre recomendado efectuar radiografias torácicas e abdominais para determinar a existência ou não de metastização noutros tecidos. A maior parte destas metástases irão surgir nos gânglios linfáticos, no pulmão, no fígado e na pleura.